Ana Teresa Campos Souza
Aceito os Termos de uso e condições.
Embora Nietzsche apresente, em sua obra do período intermediário e da maturidade, uma forte crítica à noção tradicional, moral e cristã de liberdade – isto é, à noção de que somos livres, no sentido superlativo, para escolher o curso de nossas ações – e, além disso, compreenda que todos os eventos no mundo (incluindo as ações humanas) são condicionados por uma rede determinística de luta de forças orgânicas (a saber, a perspectiva da vontade de poder) que almejam dominar umas às outras, observa-se que o filósofo emprega constantemente, em seus escritos de maturidade, um vocabulário que envolve a palavra “liberdade” e outras que lhe são correlatas. Nesse sentido, este livro analisa como é possível compreender o emprego desse vocabulário como a defesa de Nietzsche de uma concepção positiva, ressemantizada e alternativa de liberdade que estaria, ao mesmo tempo, desvinculada da noção moral e tradicional de liberdade e ligada ao que o autor entenderia como uma espécie de ação excelente ou o mais bem-acabada possível.
Introdução
1. A história do livre-arbítrio como autoengano
1.1. Introdução: considerações sobre o método genealógico de Nietzsche
1.2. Análise genealógica da noção moralizada de liberdade
1.2.1. A moralidade do costume: início da padronização do comportamento humano
1.2.2. O vínculo credor-devedor e o desenvolvimento da má consciência animal
1.2.3. A má consciência moralizada ou a imagem do agente descolado de sua ação
2. Os fundamentos de uma liberdade pós-moral
2.1. Os alicerces ilusórios da noção moralizada de liberdade
2.1.1. Sujeito como substância ou substrato racional
2.1.2. Vontade como causa de si mesma e das ações humanas
2.1.3. Causalidade mecanicista
2.2. A vontade de poder e a ressignificação dos alicerces da liberdade moralizada
2.2.1. Sujeito como um campo de forças
2.2.2. Vontade como um evento complexo e não espontâneo
2.2.3. Causalidade da vontade de poder: a libertação das falsificações da gramática e dos interesses do sacerdote ascético
3. A liberdade nietzschiana
3.1. Uma noção positiva de liberdade é possível no pensamento de Nietzsche?
3.2. Incompatibilistas, compatibilistas e expressivistas
3.3. O que é a liberdade no sentido nietzschiano?
3.4. O sujeito da liberdade nietzschiana
3.4.1. O indivíduo soberano
3.4.2. O indivíduo do amor fati
Considerações finais
Referências bibliográficas
Ana Teresa Campos Souza é licenciada em letras, bacharela e mestra em filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Atualmente é doutoranda do programa de Ética e Filosofia Política do Departamento de Filosofia da UFMG, dedicando-se ao tema do perfeccionismo em Friedrich Nietzsche em sua relação com a noção de agon. Desde 2018, estuda também a questão da liberdade no mesmo filósofo, sobre a qual versou sua dissertação de mestrado, que deu corpo a esta publicação.
Título: Acerca da liberdade pós-moral em Nietzsche
Autora: Ana Teresa Campos Souza
Editora: Ed. PPGFIL-UFMG
Páginas: 237
Formato: PDF
Requisitos de sistema: Adobe Acrobat Reader
Modo de acesso: World Wide Web
ISBN: 978-65-01-21906-6
DOI: 10.5281/zenodo.14083089
Palavras-chave: Liberdade, Excelência, Vontade de poder